Dípticos e trípticos... Mas o que é isso afinal?

Quando alguém pede um folder, quase sempre está falando de um folheto com dobra. Dentro desse guarda-chuva existem dois formatos superpopulares: díptico e tríptico. Entender a diferença — e como preparar o arquivo — evita corte errado, dobra “enroscando” e retrabalho na gráfica.

O que é cada um?

Díptico (meia-dobra)

• Estrutura: 1 dobra no meio → 2 painéis.

• Exemplo clássico: A4 (210×297 mm) dobrado vira A5 (148×210 mm).

• Uso indicado: apresentações objetivas, cardápios curtos, serviços em poucos blocos.

Tríptico (três painéis)

• Estrutura: 2 dobras → 3 painéis por lado (6 páginas no total).

• Tipos mais comuns:

  • Z-fold (sanfona): três painéis de mesma largura (fluxo contínuo).

  • Roll/Janela (enrolar): o painel que entra por dentro deve ser 2–3 mm mais estreito para não “pegar” na dobra.

Medidas práticas para dípticos e trípticos (base A4 na horizontal)

• Tríptico Z-fold: 3 × 99 × 210 mm

• Tríptico Janela (roll): 100 + 100 + 97 mm (o 97 mm é o painel “de dentro”)

• Díptico: 210 × 297 mm aberto → dobra central

Dica: essas medidas são do tamanho final. No arquivo, ative sangria de 3 mm em todos os lados; a gráfica refila o excedente.

Papel, acabamento e quando escolher

• Gramatura: 150–250 g (couchê fosco/brilho ou offset premium) dá “corpo” e dobra bem.

• Acabamentos: laminação fosca/soft touch para toque premium; verniz localizado em títulos/logos.

• Quando usar cada um:

  • Díptico: mensagem direta e poucas seções.

  • Tríptico Z: sequência lógica (etapas, linha do tempo, roteiro).

  • Tríptico Janela: efeito “revelação” do conteúdo central.

Como montar o arquivo (sem dor de cabeça)

1. Cores: trabalhe em CMYK desde o começo.

2. Preto de texto: 100% K (evite rich black em miúdos).

3. Resolução: imagens em 300 PPI no tamanho final (confira o Effective PPI).

4. Sangria e margens: 3 mm de sangria + ≥ 5 mm de margem de segurança.

5. Dobras no layout: crie linhas-guia (não imprimíveis) nas medidas indicadas.

6. Fontes: embuta no PDF ou converta títulos/logos em curvas.

7. Exportação: PDF/X-1a (ou PDF/X-4 se houver transparências controladas).

8. Teste do 100%: visualize o PDF a 100% de zoom; se pixelar na tela, faltará nitidez no papel.

Erros comuns (e como evitar)

• Tríptico janela com painéis iguais: o painel interno precisa ser 2–3 mm menor.

• Sem sangria: fundos/cores até a borda sempre pedem sangria de 3 mm.

• Texto colado na dobra/corte: reserve ≥ 5 mm (melhor 7–10 mm em dobras).

• RGB no fechamento: converta para CMYK para evitar surpresa nas cores.

• “Falso bold/itálico”: use as variações verdadeiras da fonte.

Distribuição do conteúdo para dítpicos e trípticos

• Díptico:

  • Capa: promessa/CTA.

  • Interno: benefícios, prova social, serviços.

  • Verso: contatos, QR Code, mapa.

• Tríptico:

  • Capa: título + visual forte.

  • Painéis internos: 3 blocos (problema → solução → prova/portfólio).

  • Contracapa: contatos, QR Code, oferta/CTA.

Checklist final antes de enviar à gráfica

•  CMYK, preto 100K em textos

•  Sangria 3 mm + margens ≥ 5 mm

•  Painel interno do roll-fold mais estreito

•  Imagens 300 PPI (tamanho final)

•  Fontes embutidas ou curvas (títulos/logos)

•  Exportado em PDF/X e conferido a 100% de zoom

Conclusão

Dípticos e trípticos não têm mistério quando você domina medidas, dobras e fechamento: sangria de 3 mm, margens internas de ≥ 5 mm, imagens a 300 PPI e trabalho sempre em CMYK. Para tríptico Z, painéis iguais (3×99 mm); para janela/roll, lembre do painel interno menor (97 mm) para a dobra não “enroscar”. Com esse cuidado, seu folder vai do layout ao papel sem surpresas.

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